Entre os dias 05 e 08 de junho, cerca de 70 técnicos e representantes de populações tradicionais e indígenas de vários Estados brasileiros participam em Juruena de uma “Troca de Experiências e Saberes”. Durante o encontro os participantes conhecerão experiências sustentáveis no âmbito do Projeto de Conservação e Uso Sustentável das Florestas do Noroeste do Mato Grosso, desenvolvido por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/Brasil).
O programa é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) nos municípios de Juruena, Cotriguaçu e Brasnorte.
Os participantes do encontro visitarão uma área de sistema agroflorestal de 15 hectares que possui mais de 60 espécies nativas da Amazônia, como castanheira, pupunha, açaí, cupuaçu e cacau. A Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (Amca) e a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam), localizadas no assentamento Vale do Amanhecer, também serão visitadas. Ambas beneficiam castanha-do-Brasil em amêndoas, coletadas na reserva legal do assentamento e de áreas privadas. Povos indígenas, como os Rikbaktsa, vendem suas castanhas as duas entidades.
Na Coopavam foi instalada uma indústria de beneficiamento de castanha que deve atingir uma produção de 90 toneladas este ano. Toda a produção é escoada para empresas de alimentos, cosméticos ou distribuída em amêndoas e biscoitos para merenda escolar dos municípios da região. Uma parte significativa do desenvolvimento dessas e de outras iniciativas foi alcançada graças ao trabalho de continuidade realizado e a rede socioambiental criada pelo projeto Poço de Carbono Juruena, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (Adejur), patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental.
Na quarta-feira (08) os participantes do encontro irão às aldeias Curva e Barranco Vermelho, do povo Rikbaktsa conhecer o trabalho de manejo e comercialização de castanha-do-Brasil e látex da Associação do Povo Indígena Rikbaktsa (Asirik). Os Rikbaktsa foram um dos grupos beneficiados pelo Programa Integrado da Castanha (PIC) que envolveu também o povo indígena Zoró, agricultores familiares do assentamento Vale do Amanhecer, em Juruena, e os ribeirinhos da RESEX Guariba-Roosevelt. O objetivo do PIC é apoiar esses atores em sua organização social, processos de capacitação e na estruturação do sistema de coleta, seleção, armazenamento e comercialização de produtos florestais não-madeireiros – PFNM, tendo como foco inicial a castanha-do-Brasil.
Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade nas Florestas de Fronteira do Noroeste de Mato Grosso
O projeto, desenvolvido entre 2001 e 2011 busca compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação da biodiversidade por meio de ações conjuntas nas esferas federal, estadual e municipal, com associações de agricultores familiares, populações tradicionais e indígenas, bem como empresários do setor madeireiro.
O Projeto foi desenvolvido em três componentes: Áreas protegidas; Implantação de Sistemas Agroflorestais e Manejo florestal. Esses três eixos asseguraram a conclusão dos levantamentos fundiários dos Parques Estaduais Igarapés do Juruena e Tucumã, a elaboração de planos de manejo para a Estação Ecológica Rio Roosevelt, o Parque Estadual Tucumã, a Estação Ecológica do Rio Madeirinha e a Reserva Extrativista Guariba Roosevelt, além de desenvolver atividades econômicas sustentáveis na zona de amortecimento destas Unidades de Conservação (UCs), como estratégia de conservação da biodiversidade destas áreas.
Projeto Poço de Carbono Juruena
O objetivo central do projeto Poço de Carbono Juruena, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (Aderjur) e patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental, desenvolvido na região Noroeste de Mato Grosso, é demonstrar a viabilidade econômica de sequestro de carbono por meio de Sistemas Agroflorestais – SAFs, que fixam o carbono e geram renda aos pequenos e médios agricultores rurais de forma associada e participativa.
A expectativa é que seja um modelo de projeto de desenvolvimento rural e conservação ambiental que tem como alavanca, a futura venda de créditos de carbono. Doze Instituições do Governo Federal, Estado e sociedade civil apóiam a iniciativa, que já se destaca pelo alcance de seus resultados, demonstrados através do site do SIG e também do seu site www.carbonojuruena.org.br.
“Troca de Experiências e Saberes”
Programação
05 de Junho – Juruena
14:00 – Cerimônia de Abertura
14:15 - Apresentação cultural infantil: Programa de Educação Ambiental de Juruena;
14:20 - Desenvolvimento Agroflorestal no Noroeste de Mato Grosso: 10 Anos Contribuindo para a Conservação da Biodiversidade; MT, Noroeste, desmatamento, atividades econômicas, principais resultados alcançados pelo Projeto
15:20 - Projetos de continuidade na Região Noroeste MT: Poço de Carbono Juruena, REDD Cotriguaçu
16:00 - Experiências Comunitárias com resultados na Conservação da Biodiversidade: Coopavam e Amca;
17:30 - Visita ao viveiro de mudas de espécies nativas;
06/06 – Cotriguaçu
09:00 - Visita em área de 15 ha de SAFs com plantio de castanheiras, pupunha, cacau, café e mais 60 espécies entre perenes e madeireiras nativas;
16:00 - Visita a fábrica de palmito de pupunha em Cotriguaçu;
07/06 – Juruena
07:30 - Visita a Fábrica de beneficiamento de Castanhas do Brasil da Coopavam;
Assentamento Vale do Amanhecer
10:00 - Visita a Reserva Legal do PA Vale do Amanhecer (Extrativismo de castanha do Brasil)
08/06 – Aldeia Curva - Rikbaktsa
10:00 - Apresentação por representantes da Associação Rikbaktsa e agentes ambientais do trabalho com o manejo de comercialização de castanha do Brasil e seringa.
13:30 - Visita Aldeia Barranco Vermelho – sistema de armazenamento e beneficiamento de castanha do Brasil e látex
14:00 - Grupo 1: Visita a castanhal para discussão de boas práticas de manejo
Grupo 2: Visita a estrada de seringa para demonstração de boas práticas de manejo
15:30 - Grupo 1: Visita a estrada de seringa para demonstração de boas práticas de manejo
Grupo 2: Visita a castanhal para discussão de boas práticas de manejo
