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SEMA
Publicado: Segunda, 25 de Outubro de 2010, 13h32 | Última atualização em Sexta, 12 de Julho de 2019, 16h41 | Acessos: 2866 | Categoria: Notícias

 

Foto: Crédito de Foto
Itamarati_red

O Governo do Estado formalizou acordo com parte do setor produtivo de Mato Grosso visando assegurar a regularização ambiental das propriedades rurais e das atividades produtivas dos setores agrícola e de reflorestamento. Sob a designação de Protocolo de Intenções foram firmados acordos com a Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (APROSOJA), o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (SINDALCOOL) e a Associação dos Reflorestadores do Estado de Mato Grosso (AREFLORESTA).  Entre as metas estabelecidas duas estão relacionadas com a recuperação das matas ciliares degradadas: (a) ao final de 2008 estas áreas estariam sem culturas agrícolas e espécies florestais exóticas e (b) ao final de 2010 estariam em processo de recuperação. Os documentos foram assinados em 2007, tendo por testemunhas as ONGs The Nature Conservancy (TNC), Instituto Sócio Ambiental (ISA), Instituto Centro de Vida (ICV) e Aliança da Terra.

 

Em 2008 a CMRAD deu início as visitas técnicas às matas ciliares sob recuperação nas usinas de açúcar e álcool. Até o momento foram visitadas em 07 (70%), do total de 10 usinas em operação no estado: Itamarati (Tangará da Serra), Barracool (Barra dos Bugres), Libra destilaria (São José do Rio Claro), Coprodia (Campo Novo dos Parecis), Cooperb (Lambari D’Oeste e Mirassol D’Oeste), Jaciara (Jaciara) e Usimat (Campos de Júlio).

 

Os técnicos constataram que o setor sucroalcooleiro está comprometido com a recuperação das áreas degradadas de suas propriedades particulares. Os indícios desta opção são demonstrados pelos seguintes fatos. Primeiro, as usinas visitadas iniciaram a recuperação nas áreas de preservação permanente degradadas em data anterior a do acordo com o Governo de Estado. Segundo, as empresas realizaram a produção de mudas e o plantio de espécies nativas (12 a 40). Embora de forma não periódica foram implementadas ações de manutenção e tratos culturais em todas as propriedades visitadas e ocorreu a contratação de engenheiros florestais ou técnicos agrícolas em cinco usinas. Outro ponto positivo diz respeito à iniciativa de atividades de educação ambiental junto à comunidade (escolas) e aos funcionários de algumas empresas, direcionando os trabalhos para a sensibilização e conscientização da importância da manutenção e recuperação das matas ciliares.

 

Os principais problemas encontrados nas áreas sob recuperação são: (a) disposição espacial inadequada das espécies, formando ilhas de mesma espécie; (b) espaçamento inadequado; (c) introdução de espécies exóticas, incluindo frutíferas; (d) falta de manutenção e tratos silviculturais periódicos; (e) ausência de praticas conservacionistas do solo; (f) falta de mão-de-obra qualificada para coleta e beneficiamento e armazenamento de sementes; (g) alteração da drenagem com uso de máquinas, por meio de escavação, causando o aprofundamento e alargamento do canal do curso d’água, sem autorização do órgão ambiental; (h) presença de animais (gado e cavalo) nas áreas de mata ciliar; (i) utilização de sementes de outros Estados; (j) número limitado de viveiros nas áreas das empresas. Os administradores das usinas foram receptivos com os técnicos da CMRAD e acataram as sugestões destes quanto à adequação das propostas iniciais de recuperação.

 

Contudo, futuramente, será necessário acompanhar a recuperação das propriedades rurais de particulares que fornecem cana-de-açúcar para as usinas. Uma parceria a ser construída entre a CMRAD e os proprietários das usinas.

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