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Página inicial > SEMA > Notícias > Empaer orienta índios na extração da borracha de seringueiras nativas e na criação de peixes em tanques-rede
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SEMA
Publicado: Terça, 25 de Janeiro de 2011, 13h26 | Última atualização em Sexta, 12 de Julho de 2019, 17h45 | Acessos: 1207 | Categoria: Notícias

 

João de Melo/Empaertribos.JOAOdeMELO.EMPAER
Empaer-MT, presta assistência tecnica a tribos indigenas Myky e Rikibatsa

Após 30 anos sem atividade extrativista da borracha, a Aldeia Myky, que fica na comunidade Japuíra, a 60 km de Brasnorte (579 km a Noroeste de Cuiabá), volta a trabalhar com a extração da borracha das seringueiras nativas existentes em seu território.

A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), por meio do técnico Valmir Ribeiro de França, do escritório local de Brasnorte, foi o principal incentivador e responsável pelas orientações técnicas para que os índios da etnia voltassem a fazer a sangria, como eles chamam a exploração da borracha. Hoje são 196 índios, formando um total de 26 famílias na aldeia Myky.

 

 

Os Myky se mantiveram isolados da sociedade nacional até 1971, fazem parte do grupo Manoki (como se autodenominam os índios mais conhecidos como Irantxe que significa “arredios”, cuja língua não tem proximidade com outras famílias linguísticas), desde então, sofreram as consequências do cerco da especulação imobiliária em seu território e também com as doenças advindas do contato com os brancos.

Em 1968, os Manoki receberam do Governo Federal uma terra fora de sua área de ocupação histórica, cujas características ambientais inviabilizaram o uso tradicional dos recursos. Não havia na época, uma comercialização organizada, eles traziam a produção da aldeia uma ou duas vezes por ano à Capital e não havia estrada asfaltada, o que dificultava ainda mais o transporte, e todo o sustento da aldeia era da extração da borracha. Por isso e por outros fatores, eles ficaram por tanto tempo inativos quanto a exploração extrativista da borracha.

“A trinta anos atrás nós fazíamos a extração da borracha da seringueira nativa quando era muito difícil o comércio, pois tinha que levar pra Cuiabá, a estrada toda de chão, levava uma, duas vezes por ano pra vender e era o sustento das famílias da aldeia”, frisou Yamanxi Myky, chefe da aldeia Myky.

Os Myky sempre tiveram uma maneira própria, tradicional para fazer a sangria, mas com a orientação do técnico da Empaer, aprenderam uma maneira diferente e mais eficaz, tendo um ganho produtivo maior que a forma tradicional a que eles estavam acostumados. A proposta feita aos índios foi que a Empaer juntamente com a Prefeitura Municipal de Brasnorte buscassem dar apoio na comercialização da produção da borracha feita pelos seringueiros indígena Myky.

“Nós conversamos com eles, falamos que poderiam sangrar as serigueiras que nós íamos dar orientação, buscar comércio pra borracha, equipamento, materiais e com o secretário de agricultura municipal (Robson Vicente de Almeida Lobo), fomos em busca de empresas para comprar a produção deles. A Empaer entrou com a assistência técnica, nós também fomos atrás de compradores pra fornecer os equipamentos: bica, caneca, faca, pra trocar com a borracha que eles iam produzir. O anseio deles, a vontade deles, era mesmo voltar a produzir borracha, pois na aldeia há muita seringueira nativa que produz uma borracha de excelente qualidade. Inclusive na última comercialização que eles fizeram, venderam o quilo do CVP (Cernambi Virgem Prensado) por R$ 2,40. Hoje eles estão muito agradecidos por ter esse apoio do Governo do Estado e da prefeitura municipal que estão constantemente na aldeia incentivando a tradição deles”, ressaltou o técnico Valmir Ribeiro de França.

TANQUE-REDE

Já na Aldeia dos Índios Rikbatsa, (localizada a noroeste do Estado, margem esquerda do rio do Sangue) tradicionalmente, os índios já trabalhavam com a pesca artesanal. E como eles preocupam-se em preservar e valorizar sua cultura e tradição, a Empaer tem prestado assistência técnica na criação de peixes em tanque-rede no Rio do Sangue. A comunidade tem consciência da importância de se buscar formas alternativas de explorar seus recursos naturais sem causar danos ao meio ambiente, que preservem sua identidade cultural, promova o sustento da família e ainda gere boa renda à aldeia, contribuindo assim para seu fortalecimento econômico.

“O Ministério da Pesca fez a doação dos tanques, a Empaer e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) fazem a assistência técnica e a Prefeitura é parceira doando os alevinos e ração. Os índios cuidam dos tanques, buscam orientação junto à Empaer, visando também solucionar algum problema, que por ventura venha aparecer”, ressaltou engenheiro agrônomo e atual secretário de agricultura de Brasnorte, Robson Vicente de Almeida Lobo.

Em dois tanques-rede são criadas as espécies de Tambaquí e Matrinxã e cada tanque tem capacidade para até 600 peixes adultos. Aliando conhecimentos tradicionais dos indígenas às novas técnicas da piscicultura, que neste projeto ainda está em fase experimental, contribui para a concretização dessa atividade como meio sustentável de geração de renda.

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